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Por: Amanda Maia
O teatro é um mundo de novas possibilidades. Do cinza ao azul. A adolescência é a fase da formação, e é importante termos algo que nos faça fugir do mundo fútil. Eu costumo dizer para todos que me perguntam "como o teatro mudou sua vida?" que o teatro me mudou. Hoje sou um amanhã sou outro. É comum vermos adolescentes que entram no teatro com o sonho de ser famoso, ou para escapar da timidez. E eu tinha esse sonho. O sonho de ser famosa. Eu só entendi que não, e que é muito mais que isso quando eu saí do teatro por alguns meses. Eu saí porque estava começando a entender que doía, e quando percebemos isso, logo vem à cabeça que é muito mais fácil não fazer. E com o passar dos meses que eu estive fora, eu vi a falta que me fazia e a necessidade que eu tinha de estar lá. Entrei de novo, e um mundo novo surgiu na minha cabeça: o mundo do medo, da dor, do nervoso, da ansiedade. Da nossa mudança a partir do outro, e o nosso não entendimento das coisas. Da nossa confusão e transformação. O auto conhecimento, a consciência e a luta diária para nos superarmos. Conhecer a nós mesmos é um processo doloroso. Conhecer todos os nossos defeitos dos pés à cabeça. É uma grande viagem no centro de você mesmo. São turbulências.
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Por: Ana Julia Teles.
A adolescência no teatro é uma coisa estranha. Aquele momento em que você não é um nem outro. Aquele momento em que você não entende e que não é entendido. E, na verdade, é isso. O teatro é isso tudo. É o negócio de entender a si mesmo e entender os outros. É a lógica do encontro entre vários troços que estão em busca do próprio conhecimento. Eu sou um desses troços. É louco saber que a partir de mim mesma eu me transformo. Nesse mar de feras, eu tento me entender todos os dias. Nas desventuras dos meus 14 anos eu me transformo a partir do outro. O medo anda de mãos dadas o tempo todo, e isso dói tanto. Medo de quê? Medo de ir vivendo o que for sendo, só porque a vida não é o que eu pensava e sim outra.
"Vou mostrando como sou e vou sendo como posso jogando meu corpo no mundo, andando por todos os cantos e pela lei natural dos encontros, eu deixo e recebo um tanto. Participo sendo o mistério do planeta".
Que sejamos muitos. Viva o teatro.
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Que sejamos muitos. Viva o teatro.
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