fevereiro 28, 2018

PARTIDAS E CHEGADAS

Por: Kelly Figueiredo.


Nosso mês de Janeiro começou ainda em férias. Uma parte do Grupo estava de férias no Espírito Santo e a outra espalhada entre Campo Grande, Brasília e São Paulo. Já era tempo de nos juntarmos novamente. Começou com a chegada de João, logo depois Gabriel e, por fim, Samuel. A trupe estava quase completa – ainda faltava Thaisa, que infelizmente não viria ao nosso encontro. A primeira partida do ano com a trupe reunida foi para Aracruz, onde fizemos o que mais amamos fazer: teatro. Foi a nossa primeira apresentação de 2018. Tínhamos os nossos acessórios prontos para entrar em ação, era um lugar lindo. Uma pracinha quase à beira mar e muita gente reunida. Neste dia me senti como em Portugal, onde fazia apresentações em várias cidades e lugares incríveis. Entendi mais ainda que sim, é isso que quero fazer. Teatro por aí com a casa nas costas e com a galera reunida. Mas nunca podemos nos acomodar, pois sempre há algo para melhorar, sempre temos que dizer sim e sempre entender o que não entendemos, mesmo que nos custe. Partimos de volta para “nossa casa” em Vila Velha.  Saí de Aracruz com a sensação de que a minha vida é isso – estar em cena seja onde for e como for – isso é o que me move.

Porque a gente gosta da estrada, partimos novamente, desta vez para Búzios. Chegamos cheios de vontade, de euforia, de querer conhecer. Conhecemos e nos encantamos, parecia que nunca iríamos embora dali. Mas iríamos, e então curtimos tudo o que podíamos até o dia da partida. Tínhamos que passar pelo Rio de Janeiro. Passamos e ficamos. Um dia no qual aproveitamos cada minuto na Cidade Maravilhosa. Aproveitamos até os desentendimentos. 

Partimos com destino à São Paulo. Chegamos na selva de pedra. Cidade em que de alguma forma nos sentimos acolhidos. Fizemos um belo passeio no Itaú Cultural onde nos encontramos com Mayra. Para nossa felicidade, ganhamos vários livros interessantíssimos que, com certeza, nos trarão mais conhecimento, ou a certeza dos nossos pensamentos. Tomamos estrada rumo à nossa casa, com um gostinho de que em breve voltaríamos a São Paulo.

Chegamos na nossa cidade, na nossa casa, já prontos para encarar nossa segunda apresentação do ano, agora no nosso espaço, com nosso público de sempre. Apresentamos. Foi dia de matar a saudade dos velhos e novos amigos. No dia seguinte, folga e no próximo uma reunião para os nossos passos de 2018.

Nossa reunião foi interessante, mas marcada pela partida de Samuel.  Agora já não somos mais três mosqueteiros pensando em cenário, adereço, figurino e organização das coisas. Infelizmente agora somos apenas dois. Uma partida que me deixou muito triste e abalada. A vida segue, não podemos deixar nos abalar por muito tempo, temos muito que fazer e realizar, e assim nossos dias vão acontecendo. E aconteceu a chegada de Bruna para fazer parte do elenco da nossa nova peça A vida é Sonho.  

Aprendi nestes 3 anos e nesta viagem que com raça, vontade e determinação é possível fazer muito, mesmo que os nossos recursos sejam escassos e as condições por vezes estejam longe de serem ideais. Aprendi também que nosso modus operandi é marcado pela paixão, pelo amor e pelo desejo de transformação. Tento sempre me apegar às coisas bonitas e boas que nos acontecem, pois isso, de alguma forma, é uma maneira de organizar o meu caos. Confesso que me apego muito facilmente e rapidamente a pessoas, projetos e aventuras.

Aprendi, também, que na nossa Casa existem milhões de histórias e memórias para serem contadas. Na nossa Casa existe música, poesia e muito amor por todos os que ali estão. 

Observando melhor estes anos e o tempo que estou com o Grupo, arrisco a dizer que apesar de tudo que já aconteceu, das distâncias existentes e de todos que passaram, construímos coisas bonitas, que me fazem entender cada vez mais que o mais importante é esse nosso modus operandi, e que as partidas e chegadas fazem parte.



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