maio 23, 2017

Diário de Bordo :: 23/05/2017



Terça-feira. Hoje começamos o dia cedo de novo. Estivemos em Corguinho para mais uma apresentação com a turma do Bagacinho. Lutamos contra nosso sono matinal e partimos para lá. Sempre temos sono durante as manhãs. Isso não é bom. O que acontece é que nunca queremos parar de trabalhar, sempre ficamos até tarde da noite acordados, vidrados, apaixonados. Apesar das poucas horas de sono, o momento com as crianças nos mantém vidrados! Tão vidrados que até nos inspiramos para melhorar nosso local de trabalho. Voltamos da viagem com ideias novas. Voltamos pensando e conversando. Fomos comprar uma nova mesa de trabalho para o Fernando. Achamos que ele iria gostar de trabalhar em uma mesa não convencional: uma tábua sobre cavaletes. Compramos dois cavaletes amarelos e uma tábua crua. É claro que vamos pintar a tábua. Ainda não sabemos se será amarela. Mas tudo indica que sim. Já temos outra mesa e um armário amarelo na nossa sala de trabalho. Por que não mais um acessório amarelo? O amarelo nos mantém vivos. É a cor mais alegre. Combina com a gente. Voltamos alegres para casa. Nossa maior fome é nosso trabalho, mas a fome das nossas barrigas conseguiu ficar maior que a nossa fome por trabalho. Paramos tudo para almoçar. Passamos no restaurante e pegamos marmitas. Almoçamos tarde. Thaisa chegou e logo ocupou sua mesa nova com seu computador de trabalho. Notou os cavaletes na sala e tratou de subi-los para a sala de criação. Daniel saiu para comprar água mineral. Roberto deitou para cochilar. João ensaiou músicas com Kelly, Febraro e Samuel. Kelly desceu para seu ateliê. João gritou 'boa noite' e foi ao dentista. Às 15:57. Sei lá. Sei que Roberto acordou com o grito de João e foi tomar banho para ir ao seu trabalho na escola. Febraro e Samuel guardaram os colchões. Ligia e Fernando chegaram com a tábua que contracenaria com os cavaletes. Thaisa, Daniel e Fernando retiraram os papéis-bolha que protegiam os cavaletes. Ninguém quis estourar as bolhas. Isso é inédito. Sempre alguém quer estourar as bolhas. Não consigo explicar. Bem, dizem que as bolhas são anti-depressivos. Mas nós não precisamos disso. O que precisamos é de trabalho. Ligia guiou o encaixe da tábua sobre os cavaletes. Nossa nova mesa de trabalho ficou incrível. Fernando e Samuel trocaram lâmpadas das salas de criação e administração. Thaisa foi embora, tinha dentista. Os alunos chegaram, tinham aula. Fernando ministrou a aula dos adultos com exercícios de criação. Ouvíamos muitos gritos vindos lá de dentro. É engraçado, os alunos sempre falam alto nas aulas de improviso. Talvez eu já tenha feito isso quando comecei a estudar teatro. Enquanto acontecia a aula do lado de dentro, os cachorros latiam e brincavam do lado de fora. Às vezes, parece que eles estão participando. A aula acabou. Quando todos os alunos foram embora, a casa fechou para o público. Continuou para nós que trabalhamos e moramos. Desligamos as luzes e fechamos o teatro. Sentamos na cozinha para beliscar os pães do café da manhã e conversar sobre os próximos dias do Grupo Casa. Fizemos carinho nos três cachorros e colocamo-nos para dormir. Fomos para nossas casas mais cedo hoje. Nos cansamos. O dia foi cheio. E amanhã será novamente. Nos despedimos da casa de cultura, deixando apenas os cachorros, os quadros, os livros, as mesas e as cadeiras. E uma leve bagunça que faz parte da rotina de todos nós, afinal, um dia sem bagunça é um dia sem amor. Boa noite.

Grupo Casa - Coletivo de Artistas
23/05/2017

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pela visita virtual. Esperamos sua visita real!

SEGUIDORES