DIÁRIO DE BORDO :: 27/09/2017

Diário de bordo do dia 27 de setembro de 2017. Acordamos todos. A primeira mensagem do Núcleo chegou às 08:31. Perto disso, chegaram orquídeas brancas para Febraro. Ui. As orquídeas instigaram Gabriel em seus cuidados com o jardim. Agora o jardim se chama Gabriel. Devido a um lapso de descuido com a casa, todos nós, artistas do coletivo de artistas, fomos homenageados por Fernando com nossos nomes batizando os lugares que devemos cuidar. Há quem tenha sido elegido para cuidar dos banheiros, cozinha e garagem e há Fernando, que se elegeu como o enchedor de sacos. "É chegada a hora das pessoas que buscam ser artistas nesse grupo, se tornarem artistas de fato". Eu aceito. Por volta das 13:00, a casa foi tomando preenchimento de seus donos. Chegaram Thaisa, Kelly, Ligia, Fernando, João, Febraro. Falta alguém? Daniel veio depois. Ligia e Fernando resolveram documentações. Kelly e Samuel se uniram para repensar os adereços de Cinderela, história que será encenada neste Domingo, às 15:30, no Teatro Arena Bosque - Espaço Grupo Casa no Shopping Bosque dos Ipês. Tem teatro. João e Gabriel produziram as artes gráficas para divulgação dos eventos e espetáculos da companhia. Neste sábado, o 1° Conta Outra no Teatro Arena Bosque - Espaço Grupo Casa no Shopping Bosque dos Ipês e no dia 1 de outubro, o 5º Sarau Casa Aberta - Aniversário da Poeta na nossa sede, a Casa de Cultura Nildes Tristão Prieto. No meio da tarde, água de coco e uma reunião rápida sobre agenda, trabalho e amor na cozinha. Foi. 

17:30. A primeira aula de teatro para criança da turma de Quarta-feira após as apresentações do ETECA. Apontaram suas dificuldades com a cena: falar alto, manter as descobertas criadas, o medo, o teatro. Continuam íntimas de seus textos e criam oportunidade para usá-los. Trabalharam a repetição e se irritaram com a dificuldade. Um Toi Toi Toi de recomeço. Daqui pra frente é caminho.

Às 19:30, turma adulta de teatro. João ministrou uma aula de música. Musicalização. Afinação. Ritmo. Esse tipo de coisa que irrita alguns e faz outros sonharem longe. Trabalhamos o ouvido e o entendimento do tempo, do movimento. A ideia de duas coisas vibrarem com o mesmo som. A lógica de atravessar paredes. Foi legal. João experimentou exercícios e passamos da hora. João relata que no fim todos estavam afinados. Afinação dá uma onda.

Nos reunimos por conversas e fomos nos desfazendo para retornar ao começo. Ao lugar onde acordamos, pisamos o primeiro pé no chão, falamos a primeira palavra do dia. Não importa quem fez o quê. Importa é que se faça. Cada um em sua ciência. Eu muito tenho pensado como ciência sobre a minha idade. Eu tenho 18 anos. Só e tudo isso. Posso dizer que me preparei por 18 anos para escrever esse texto? Já fui em tanto cinema, já morei em tanta casa, já devo ter estado em cena mais de cem vezes. Já não deve ter mais volta. Tem a histórinha do bichinho do teatro. Acho um horror. Mas acho que... Estou me sentindo meio estranho... Uma coceira. Parece que me morderam. Eu... Eu... Ser ou não ser, eis a questão? Pronto. Que todo esse emaranhado sirva como ciência porque muito é cobrado que o diário de bordo seja ciência e não fofoca. Se pequei, perdão. Haverá mais. E outros no meu lugar contando sobre mim e eu sobre eles. Amém.

GRUPO CASA - Coletivo de Artistas
27/09/2017.