janeiro 04, 2018

OS DESPERTADORES NÃO NOS ACORDAM!

Por: Gabriel Brito.


Confesso que já me irrita escrever. Irritado? Eu sou. Da última vez me apresentei em 3, falando sobre 9 e nós 3. Hoje sou um só, mas me encontro em outros 11 falando sobre 1, complicado? Pois é, daí vem o irrito, mas também a paixão por esse grupo. Chegamos em Dezembro! Para muitos o fim, para mim o começo! Nasci nesse mês! Prazer, sou Gabriel Brito, agora com 20 anos. Ainda designer, ainda artista plástico, ainda ator, ainda irritado e ainda apaixonado. Se ouvirem um despertador nesse momento não espere que acordemos, pois esse foi o mês que os despertadores não nos acordaram! 

Estou acordado agora, não graças ao despertador, mas graças a esse texto. É difícil para mim lembrar das coisas e escrever sobre elas, ainda não descobri em qual universo paralelo a escrita e o desenho se encaixam, vão perceber pela ordem cronológica das coisas ou pela falta de nexo. Não sei. Mas acostumem-se até que eu me entenda com isso. Pois esse mês revirou a minha, as nossas cabeças. Para muitos a alegria do Natal, para nós: Árvore de natal, enfeites de natal, artes de natal, espetáculos de natal, árvore de natal. Árvore de Natal. Fizemos nossa primeira árvore de Natal! Foi um processo de criação um tanto interessante e exaustivo. Mais uma vez: juro solenemente que só compramos cola quente. A árvore surgiu do jornal, do retalho, e da nossa famosíssima corrida contra o tempo. Me sinto cada dia mais ágil. Ainda bem. Não sei como faria tudo se não me sentisse ágil. Dividimos o ateliê com cachorros, em um segundo estamos queimando o dedo na cola quente e no outro enchendo um balde d’água para separar uma briga. Eu adoro isso. Salvo a árvore primeiro, deu trabalho. Depois os cachorros. Mordidas à parte, estamos trabalhando de novo.  

Fim de ano é essa correria mesmo. Ainda mais quando se almeja as tão sonhadas férias. É sentar em frente ao computador e imaginar ser um grande designer e fazer as melhores artes, uma atrás da outra. É parar no hotel e passar na recepção com um figurino inteiro para construir, e imaginar o serviço de quarto entrando e vendo um ateliê completo lá dentro.  É isso mesmo. Acho que aprendemos a ser um ateliê ambulante. Onde estivermos abrimos nossas mochilas, ligamos nossas mentes e seguimos com trabalho e construção. Não há lugar que nos escape. Nem beira de piscina, nem quarto de hotel, nem mesmo nossa Kombi, nem mesmo os 4 cantos do mundo. Onde estivermos, estaremos criando.

Penso como artista que - ao viajarmos ou em qualquer lugar que estivermos - as referências estão lá fora, a verdade está no mundo. Devo-me prestar ao papel de amante do colorido mundo exterior. Dar-me por satisfeito por tirar proveito da superfície do mundo sem me afastar do meu círculo, da minha casa, da Kombi. Amo viajar. Amo descobrir. E trazer tudo isso em forma de trabalho para um coletivo é extremante satisfatório. Aos poucos vamos descobrindo cada vez mais o crescimento de nossas potências individuais. Eu ainda tenho aquele medo de artista de não atingir o fim, mas quem não? Isso me move. O Relógio não para, e o motor da Kombi também não. Enfrentamos a estrada, e as janelas são pura criatividade. 

No momento chegamos às tão sonhadas férias. Sonhadas Férias. Quando penso em “Sonho” penso em trabalho, é inevitável, A Vida é Sonho, afinal. Mas isso será tema de artigos futuros, que com certeza serão incrivelmente recheados de novos processos de criação, trabalho e construção. Já esboço cenários em sketchbooks velhos guardados nas gavetas. Figurinos perdidos em papéis de anotações. Assim começa uma história, assim começa uma cenografia, assim se monta um novo espetáculo, mesmo nas férias. Ah sim, as férias, quase me esqueço delas. Estamos distantes, para logo nos reunirmos. Nossas mentes descansam do trabalho ágil, mas continuam a criar e construir. Somos compulsivos. Não posso ver um papel em branco. Mas dei uma pausa, me esqueci um pouco porque me apaixonei. Sim, a gente se apaixona não só pelo trabalho, louco como dá tempo né!? Na verdade não dá, mas gostamos muito de amar. Amamos amar. Eu desci da Kombi, fiquei em SP, eles foram para o ES, mas logo estarei lá. Todos nós. E um ateliê na praia (se precisar), pois a arte é ambulante. 


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