janeiro 29, 2017

DIÁRIO DE BORDO: 28/01/2017 - ENCONTRO



As poses são brincadeira, mas nos divertimos de verdade.
O diário de bordo é uma aventura de homens e mulheres comuns. Uma mãe nos disse isso. Aceitamos. Virou filosofia. Samuel e Febraro acordaram às 8:15. Atrasados para ajudar a irmã de Samuel a limpar um prédio. Pegaram um Uber até o local. Era o primeiro dia dele. Tiveram problemas para finalizar a viagem, quase se irritaram. Mas tudo deu certo. No final, ele até deixou fazerem uma ligação no celular dele. Terminaram de limpar depois de algumas horas. Ligia fez supermercado. Gabriel, Yasmim, Roberto e Fernando organizaram a casa e o teatro. Ligia trouxe o almoço: sopa paraguaia e kibe. Todos almoçaram juntos.
As aula de teatro para as turmas infantis começaram às 14:00. Febraro e Samuel deram aula. A aula era de construção de personagem. Os alunos escolhiam seus personagens favoritos e os interpretavam, primeiramente em um monólogo, depois em dupla, depois com todos. Na turma de seis à sete anos, tivemos Branca de Neve, Aurora, Cachorro, Elsa, Cavalo, Kid Flash, Pequena Sereia. Se alongaram, andaram pelo espaço, fizeram descobertas de corpo e voz para o personagem. Se divertiram. Tiveram medo. Houve um aluno novo. No fim da aula, conversaram. Sobre dentes moles e quando eles cairiam. O que fizeram no dia. Rafa, um aluno, nos perguntou sobre a pintura de Sarah Caires na parede do jardim de inverno. Queria saber porque ela chorava e porque tinha uma casa na cabeça. Perguntou se a pedra em cima da mesa era um pão. Todos descobrimos coisas novas. A aula acabou às 16:00. Kelly se vestiu de Mixirica e deu uma varinha mágica para Rafa. Foi lindo. Nos encantamos. Ele não largou a varinha, fez mágica. A mãe até enviou uma foto dele dormindo com a varinha. Pareceia que o mundo estava mais colorido. A aula da turma de oito à doze anos começou. Tivemos Malévola, Cebolinha, Isabela, Bruxa, Fiona, Burro do Shrek, Mulher Gavião, Mulher Maravilha, Velhinho de trezentos e seis anos, Cachorro, Cobra, uma mulher que já nasceu duzentas e seis vezes, Coelho. E só tinham seis alunos. Os personagens foram experimentados o tempo todo. Chegaram três alunos novos. Se afinaram rapidamente à turma. Se tornaram um coletivo. Juntos. Durante a aula, voltamos com o projeto "Um minuto na Casa de Cultura Nildes Tristão Prieto", onde passamos gravando a casa por 1 minuto. Postamos no Facebook. Fernando ligou para pousadas para nossa futura viagem. Gabriel fez a arte de divulgação de O Pequeno Príncipe, espetáculo que apresentaremos no Bosque dos Ipês em fevereiro. Ligia conversou com os pais. Descobrimos que a mãe de uma aluna nossa, foi dançarina de Axé. Passou o carnaval na Bahia e subiu no trio-elétrico do Araketo. Só desceu quando os pés latejavam. Era carnaval! A aula acabou às 18:00. Todos os alunos novos se matricularam. 
 Thaisa, que já foi da Cia., vendeu doces e pipocas durante janeiro nos nossos espetáculos do fim de semana. Chegou sem saber que o espetáculo de hoje havia sido cancelado. Compramos doces e pipocas mesmo assim. Febraro e Samuel subiram ao quarto e dormiram. Gabriel treinou flauta. Ligia não passou detalhes sobre o que aconteceu fora isso. Yasmim acordou Samuel e Febraro. Todos se arrumaram e saíram para caminhar e tomar água de coco. Caminharam Roberto, Gabriel, Samuel, Febraro, Ligia, Fernando, Yasmim. Estava frio. Yasmim e Ligia trocaram de casaco. Vimos um novo lugar de lanches na esquina de casa, na Praça das Águas. Cumprimentamos e prometemos passar na volta. Caminhamos até a água de coco. Pedimos cinco cocos. Talvez seis. Tiramos fotos para o diário de bordo. Ligia enrolou o casaco na cabeça por motivos de frio. Iniciamos o caminho de volta.  Ligia e Fernando falaram que quem tem pouca experiência no teatro não tem muito a falar além da própria experiência. Passamos pelo lugar de lanches mas seguimos em frente. Ligia tinha a ideia de fazer um caldo. Acabamos decidindo pelo lanche. Fomos ao lugar. Pedimos sete cachorros quentes e um x-salada. Comemos e conversamos. Nos demos conta do quão longo foi o dia sem um espetáculo. Discutimos sobre o próximo, Pinóquio, que apresentaremos no dia 12 de fevereiro no Bosque dos Ipês. Descobrimos sobre o encontro de ontem de Roberto. Ficamos felizes por ele. O amor está tentando bater à porta. Tomara que entre. 
 Chegamos em casa. Ligia, Fernando e Roberto conversaram sobre amor na cozinha. Yasmim e Gabriel treinaram violão e flauta, respectivamente. Samuel e Febraro discutiram sobre a escrita do diário de bordo. Nada foi decidido. A casa foi fechando. O ritmo abaixando. O dia foi cheio. Foi um dia. Falamos de amor, nos desentendemos, nos entendemos, sentimos ciúmes, demos boa noite, catamos cocô dos cachorros, nos encantamos pelos novos alunos e pelo amadurecimento dos antigos, escrevemos, lavamos louças, nos alimentamos, tomamos banho. Toda dor é passageira. A do pé e a do peito. Dormimos. É sempre a última coisa que fazemos. O resto é sonho. Viva o teatro. Que ele exista sempre que fizermos. 

28/01/2017.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pela visita virtual. Esperamos sua visita real!

SEGUIDORES