março 17, 2017

DIÁRIO DE BORDO: 16/03/2017

   Acordamos tarde por necessidade. A partir das 11:00, nos ocupamos de nossas escolhas científicas. Retomei o diário de bordo enquanto Febraro trabalhava em sua dramaturgia, Ligia administrava as contas, Fernando e Gabriel iam ao shopping buscar nossos microfones defeituosos e João cozinhava o almoço.  Todo trabalho é estudo. Almoçamos todos juntos e retomamos todos juntos nossas particularidades. Kelly e Daniel chegaram em seus tempos e existiram conosco. Resolvemos figurino, passamos texto, consertamos microfones, varremos o chão. João iniciou a aula de canto com os desafinados. Trabalhamos as músicas do espetáculo de Domingo entendendo o lugar da respiração, da força na voz e a afinação enquanto coro. Notamos melhoria de um dia para o outro através do trabalho. 

   Às 17:00, os alunos da turma de 2 a 4 anos ainda não preenchiam a casa como de costume. Nos pusemos na garagem a esperar até que chegaram e a aula pôde começar com Ligia, Febraro e Samuel. Cada uma criou sua própria história de bruxas, carros, girafinhas, corações e meninas. O entendimento da criança do começo, do meio e do fim. Finalizaram a história e depois a desenharam passo a passo. No processo de desenho, a bruxa ganhou novos rivais, a girafinha explodiu de tanto comer batata frita mas continuou viva e o carro que não tinha olhos achou um par na pista de corrida. Toi Toi Toi! O teatro fala de tudo. A partir da ideia de que o processo desta turma seria montar uma casa de contação de histórias e transformar seus personagens em fantoches, Ligia decidiu que este seria o processo de todas as turmas para criança. Ficou definido, assim, o 2º ETECA - Encontro de Teatro Para Crianças. A primeira edição aconteceu no ano passado, onde as crianças escreveram suas próprias dramaturgias e apresentaram suas cenas pela casa. Todo lugar foi palco. O desafio de agora é contar histórias. Todo lugar ainda é palco.

   Terminada a aula de teatro, nos preparamos rapidamente para ir ao teatro. Transferimos a aula de teatro da turma adulta para o teatro. Assistimos "Guardiões" no Teatral Grupo de Risco. Fomos ao teatro e vimos teatro. Um espetáculo preenchido e resistente. Ficamos após a apresentação e ouvimos sobre o processo de criação e pesquisa, que contou com relatos do povo pantaneiro e lendas deste imaginário. Cumprimentamos a equipe em bando e fomos embora em bando. Estamos sempre em bando. Somos tribo, trupe, companhia, banda, coletivo, grupo. Somos juntos e nos juntamos um pouco mais. O outro sempre cabe. Chegamos em casa para jantar e discutir. Jantamos morte, egoísmo e vida. Discutimos frango, abóbora e ovo. Nada é verdade. Tudo é ficção. Subimos as escadas e a energia continuou alta. Os ciclos só se fecham quando se diz "Boa noite". Boa noite.


16/03/2017.


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