fevereiro 03, 2017

DIÁRIO DE BORDO: 02/01/2017

   O dia começou com uma única coisa convencional: Gabriel acordando às 6:15 para ir à faculdade. O resto seguiu diferente. Yasmim acordou 10:00 para o café da manhã. Ligia, Febraro, Fernando e Samuel acordaram em seguida para organizarem a partida para Bonito. Ligia e Fernando foram ao banco averiguar as condições financeiras enquanto Samuel e Febraro passavam as roupas. Voltaram e começamos a fazer as malas. Separamos o essencial: “O Idiota” de Dostoiévski, “O Espaço Vazio” de Peter Brook, “Mestres do Teatro II” de John Gassner e “A Náusea” de Sartre. Depois vieram os sapatos e as escovas de dente. Ligia e Fernando pararam, bem vestidos, em frente ao quarto dos meninos e disseram: “Vamos a Pirenópolis.”. Comemoramos a decisão de última hora. Nos despedimos de Yasmim, Chaplin, Shakespeare, Nelson e partimos às 12:25. A trilha sonora da viagem começou com jazz, passou por Roupa Nova, depois Roupa Nova em trilhas sonoras de novelas e terminou com músicas diversas de um pendrive cor de rosa. Ligia mandou mensagens no grupo passando as tarefas e orientando que todos se divertissem e se refastelassem. É difícil para a galinha mãe deixar parte de seus ovos no ninho. Sabe-se que paramos para almoçar. Não se sabe onde pois uma de nossas brincadeiras internas é trocar os nomes das cidades. Chamamos Pirenópolis de Piraputanga por um tempo. Fazia sol. Começou a chover. O sol voltou. Foram horas. Fernando dirigia. Dormimos, acordamos, tiramos fotos, lemos nossos livros. Ligia leu em voz alta sobre Ibsen, o chamado viking da dramaturgia. Ficamos todos interessados e largamos nossos livros para ouvir o dela. Ligia disse que também quer ser um viking da dramaturgia. Paramos em Chapadão do Sul para visitar Ariane, uma amiga, que nos recebeu com cachorro quente, pão de queijo e brigadeiro. Conversamos, pegamos mudas de alecrim para levar para casa e seguimos viagem. Ligia assumiu o volante e encontrou desafios: pista única, buracos e neblina. Chamamos de neblina nebulosa. Mal víamos a estrada. Febraro descobriu que “A Náusea” de Sartre não é um diário de bordo, é um personagem. Às 22:00, chegamos em Jataí – GO. Nos hospedamos no terceiro hotel que vimos pela frente, o que comprometeu nosso amor por ele. Ficamos. Comemos numa rua próxima ao hotel e voltamos à ele para tomar banho e dormir. Boa noite. Aventura!

   Em Campo Grande, ficaram Yasmim, Daniel, Roberto, João, Kelly, Gabriel e seus cachês. Foi o primeiro cachê de Gabriel. A aula da turma infantil que haveria no dia foi cancelada. Roberto e Yasmim almoçaram no shopping. No shopping, pesquisaram preços de beliches para os quartos da comunidade. Kelly continuou seu trabalho nas planilhas financeiras. Daniel, Roberto, Gabriel e Yasmim se dividiram pela casa e fizeram uma grande limpeza para que pudessem aproveitar as férias com tranquilidade. Durante o dia, mães de alunos e alunos vieram pagar mensalidades e efetuar matrículas. À noite, foram ao supermercado. Compraram sabonete, pasta de dente e sabão em pó. Para o jantar, três pizzas e sorvete. Roberto queimou a mão no forno. Gabriel presenteou Yasmim com um caderno que ele mesmo fez à mão. Dormiram em casa Gabriel, Roberto e Yasmim. Isso é o que se sabe através de nosso encontro pelo Whatsapp. Sei que fizeram teatro. Fazemos todo dia.

   Até aqui, tem nos ajudado o caos. Valorizamos e entendemos o caos já faz algum tempo. Já tivemos reuniões e teorias sobre ele. Nada ficou definido. Nem nossa viagem ficou definida até que entrássemos no carro. Sabe-se que o caos nos trouxe aqui. Três anos de companhia sem férias de trabalho e de pensamento. Nos cansamos para dar motivo ao descanso. Que voltemos outros. E que continuemos nos encontrando. Até logo. Amanhã te escrevo. Estamos de férias mas o diário de bordo não. Ele ainda se acha muito novo pra isso.


02/01/2017.


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