fevereiro 04, 2017

DIÁRIO DE BORDO: 03/02/2017

   Lembram que ontem dissemos que o diário de bordo não entraria de férias? É porque ainda não tínhamos chegado oficialmente à Pirenópolis. Aqui tudo é incrível, o que torna muito difícil a missão de parar tudo para escrever. Agora há pouco, Fernando nos chamou para irmos à cachoeira. Vamos. Mas compromisso é compromisso. O diário de bordo realmente não se dá ao luxo de férias. Chato. Vou contar o que aconteceu. Como acontecemos por aqui e por Campo Grande.

   Ligia, Fernando, Febraro e Samuel tomaram o café de manhã do hotel e continuaram a viagem rumo à Pirenópolis. Saímos às 11:07. Ligia leu sobre Ibsen em voz alta novamente. De Ibsen, veio a observação dos dramaturgos que eram só dramaturgos. Ibsen era responsável pelas dramaturgias de todos os espetáculos do teatro em que trabalhava. Conversamos sobre fazer "Sonhos de uma noite de verão" de Shakespeare. Pensamos onde ele cabia. Talvez no Bagacinho. Decidimos voltar com as leituras dramatizadas que costumávamos fazer antes, uma vez por mês. O livro já deu seus frutos. Que continue. Chegamos em Pirenópolis às 16:35. Logo na entrada do perímetro urbano da cidade, nos deparamos com uma escola que carregava em sua fachada a seguinte frase: "A principal meta da educação é modificar os homens para que eles sejam capazes de modificar o mundo". Bonito. A cidade é toda bonita. Casas coloniais com amarelos, azuis e vermelhos que não tem medo de colorir. Rodamos a cidade em busca de uma pousada que nos agradasse. Descobrimos que aqui existe um teatro acoplado a um cinema. Após um tempo de procura, acabamos nos hospedando na primeira pousada que tínhamos visto pela internet. Tem piscina, sauna, café da manhã e café da tarde. Nada ganha de um café da tarde. Tomamos e descansamos. À noite, saímos pela cidade. Começamos pelas feiras. De cara, compramos dois guarda-chuvas coloridos para o cenário de Bagacinho e um olho grego. Nos encantamos por uma loja de sapatos e bolsas de couro que tinha logo na entrada a frase "O artista é um ser insatisfeito com o mundo, por isso cria" esculpida na madeira. Os donos fazem até sapato de palhaço. Prometemos voltar no dia seguinte. Visitamos mais alguns lugares e paramos num restaurante de massas. As mesas eram à luz de velas. Tivemos um jantar de amor em quatro pessoas. Pedimos lasanha, filé à parmegiana e espaguete à bolonhesa. Depois, encontramos um bar que servia música e sobremesa. Era o que procurávamos. Pedimos uma torta de três chocolates e um petit gateau com sorvete. Tomamos chá. Uma velhinha passou por nós cantando "A Banda" de Chico Buarque. Nos contaminamos e seguimos cantando. Voltamos à pousada, nos demos boa noite e dormimos. 

   Em Campo Grande, o pessoal acordou às 10:00. Colocaram as roupas sujas na máquina de lavar. Almoçaram. Gabriel foi numa reunião da faculdade. Uma aluna nossa e uma ex-aluna passaram em casa para visitar e conversar. Ficaram por algumas horas. Por terem deixado o portão aberto, os cachorros fugiram. Yasmim conseguiu recuperá-los com pulso firme. Chaplin, Shakespeare e Nelson voltaram para casa e comeram o chinelo de Gabriel. Kelly continuou seu trabalho nas planilhas financeiras. Roberto chegou. João passou para pegar algumas roupas. Yasmim lavou nossos figurinos, deixando cheiroso o que estava fedido. Roberto e Gabriel decidiram curtir as férias indo a uma festa do pijama numa boate. Yasmim, como senhora que é, recusou. Foi convencida horas depois, mas os três acabaram desistindo e ficaram em casa para assistir "Orgulho e Preconceito" e chupar laranjas. Isso é o que ficamos sabendo. Suponho que dormiram. Conversamos pelo grupo do Whatsapp a noite toda, mandando fotos e vídeos um para o outro. Lemos numa fachada aqui em Pirenópolis algo sobre o encontro das pessoas. Que o encontro transforma. Nos encontramos no outro. Mesmo de longe. 


03/02/2017.

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