fevereiro 07, 2017

DIÁRIO DE BORDO: 06/02/2017

   Acordamos por volta das 10:00 para tomar nosso último café da manhã na pousada. Tivemos uma ideia para a boca de cena do nosso teatro de bolso a partir da decoração do lugar. Comemos com tranquilidade e começamos a arrumar as nossas malas para partir. Fizemos check-out às 12:00. Fomos comprar lembranças para quem ficou em Campo Grande. Aguardem. Terminamos as compras às 13:00. Hora de ir embora. Demos até logo para as ruas de tijolinho e as casas coloniais coloridas de Pirenópolis. Buzinamos para o teatro como despedida e saímos da cidade às 13:10. Seguimos viagem lendo nossos livros. Febraro terminou "A Náusea" de Sartre. Samuel continuou a leitura de "O Idiota" de Dostoiévski. Ligia continuou "Mestres do Teatro II" de John Gassner. Já terminou a leitura sobre Ibsen. Não sabemos em que dramaturgo ela está. Paramos para almoçar na estrada às 16:40. Empadão, pastel, pizza e suco de laranja. Compramos lembranças comestíveis para quem ficou em Campo Grande. Aguardem. Para nós, compramos doce de leite no canudo. Nos arrependemos amargamente. Não há no mundo alma mais feia que o gosto de tal doce. Seguimos adiante. Ligia consertou nossa playlist de viagem. Febraro iniciou a leitura de "A Mulher Só", livro de Harold Robbins que Ligia leu ano passado. Ligia leu um texto que Samuel e Febraro fizeram um tempo atrás. Perguntou sobre o que era. Demoraram mas definiram que era sobre um casal que estava se separando. A partir de uma conversa, achamos um ótimo título para um novo espetáculo. Aguardem. O dia resolveu nos encher os olhos. Vimos o céu mais azul do que nunca e o por do sol esteve rosa-choque. Paramos em Mineiros - GO às 21:00 para dormirmos numa tia de Ligia. Jantamos, conversamos, rimos da conversa. Passamos todas as convenções comuns que se passam ao conhecer o desconhecido. Uma família desconhecida. Divertida. O dia acabou e ainda não dormimos. O resto fica pro diário de bordo de amanhã. 

   Sobre Campo Grande, serei honesto. Hoje foi segunda, nosso dia de folga. O que se sabe sobre nossa vida profissional é que uma família passou para fazer a inscrição dos filhos na turma de teatro para crianças de 2 a 4 anos. As aulas começam na quinta. Yasmim contou nossa história. Se emocionaram. Contaram que a mãe da família escreve poesia. A mãe de Ligia também escrevia. O dia valeu pelo encontro. Sempre o encontro.

   Para fechar o dia, a título de memória, lemos em "O Idiota" sobre uma mulher que sofreu escárnio no vilarejo até morrer de tuberculose. Só as crianças a tinham amor. Quem contou a história foi o príncipe Míchkin, que carrega  o título do livro. Não concordo com o adjetivo. Só não gosto que ele tenha sentido pena da mulher. Pena é ruim. No carro, relembramos o discurso de Ligia de que a dor existe mas o lugar da felicidade precisa continuar. Soubemos também numa conversa aleatória que um boi morreu engasgado com um caroço de manga. A autópsia confirmou. O que uma coisa tem a ver com a outra, não sei. A escrita surge por necessidade. Boa noite.


06/02/2017.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pela visita virtual. Esperamos sua visita real!

SEGUIDORES