fevereiro 23, 2017

DIÁRIO DE BORDO: 22/02/2017

   Quarta-feira. De volta ao trabalho! Febraro saiu às 5:50 para ir ao exército descobrir se seria interrompido ou não. Gabriel foi para a faculdade. O restante da casa iniciou o café da manhã às 9:30. Ligia avisou que sentaria em seu escritório e lá ficaria para sempre. Muitos projetos para fazer. Fernando se dedicou a refazer o texto de "Pelo Amor de Colombina", espetáculo especial de Carnaval que apresentaremos neste Domingo, às 15:30, no Shopping Bosque dos Ipês. Enfrentou problemas com a tecnologia de nossos computadores, que insistem em ser ruins. Serviu para decidirmos de vez comprar um novo. Se alguém souber de um notebook bom e em conta, avise o diário que vos fala. Voltando a Fernando, conseguiu escrever e escreveu. Se animou e nos animou com o texto. Ficou muito legal. Passamos a manhã apreensivos com a notícia de que Febraro teria que ficar até às 18:00 no exército. Ligia escreveu no Facebook sobre. "Esse é só um caso de uma sociedade que achata diretamente o coração daqueles que tentam sobreviver num mundo careta, tradicionalista, e numa pátria completamente frouxa, egoísta e preconceituosa como essa que atualmente vivemos!". João chegou e logo foi incumbido de preparar o almoço. Fez frango assado, arroz e purê de batata doce. O cheiro já nos alegrava, quando poucos minutos antes do almoço ser servido, Febraro mandou mensagem avisando: "Fui liberado". Comemoramos com palmas e almoço. O interfone foi tocando e as pessoas chegando. Pelo portão, passou primeiramente Daniel. Minutos depois, Preta e Azar. Por último, Febraro.

   Na nossa agenda, constava nosso grupo de estudos às 15:30. As eventualidades acabaram por desmarcar nosso encontro. Ligia e Fernando foram levar Yasmim em casa e Kelly tinha médico marcado no horário. Febraro e Samuel aproveitaram o tempo livre para se desentenderem. Resolveram com sorvete. Almendra foi se encontrar com uma amiga. Preta e Azar fizeram vários incensos. A mesa ficou cheia. Ligia e Fernando voltaram com uma notícia que seria um pequeno passo para a humanidade, mas um grande passo para os cafés da tarde do Grupo Casa. Encontraram uma padaria francesa e trouxeram pães e croissants. Duas alunas já haviam chegado e lancharam conosco. Atualizamos nosso Twitter e nossa página no Facebook. Vejam lá! 

   Às 17:30, a aula de teatro para crianças começou. Se alongaram e se aqueceram, deram seu grito de guerra e partiram para o circuito físico. Passaram por escadas, se equilibraram, pularam e se arrastaram por uma hora. Sempre entendendo o caminho do corpo. A segunda hora de aula foi destinada à contação de histórias. Contaram histórias em conjunto e individualmente, entendendo o começo, o meio e o fim. A rotina, a quebra da rotina e a resolução do problema. Contaram sobre o cotidiano: a amoeba que fizeram, a briga com a amiga do colégio, o machucado no pé, etc. Também saíram histórias encantadas: a menina que entrou no espelho, a princesa que achou uma vassoura voadora, o menino que lutou com a escada, etc. Conversaram sobre todo o processo e finalizaram com Toi Toi Toi! 

   Os alunos da turma adulta de teatro já haviam chegado e preenchiam nossa casa com seus corpos e vozes. Às 19:30, a aula começou. Nos alongamos para iniciar o trabalho e partimos para a experimentação. Andamos pelo espaço experimentando nos dificultarmos, andando de modos inseguros que nos levassem à beira do abismo. Treinamos a palavra à beira do abismo. Experimentamos a neutralidade no corpo, na voz e na palavra. Falar a palavra sem intenção. A palavra já é cheia, nós é que somos vazios e precisamos de significados. Cessada a primeira etapa, sentamos em roda para apresentarmos e discutirmos as sinopses de nossos personagens. Terminamos com um grande "Merda"!

   A casa foi fechando para o público e nossa fome se apresentando. Ficamos em dúvida entre comer em algum lugar ou pedir para entrega. Especulações depois, decidimos pedir. Demorou. Enquanto não chegava, fizemos uma infinidade de coisas. Conversamos e rimos. Um aparelho antigo de massagem foi resgatado por Samuel para massagear Ligia e posteriormente, Preta, que está lendo "O menino e o pinto do menino" de Wander Piroli. Azar estudou cifras de músicas e treinou no violão. Gabriel limpou a sala e o teatro. Febraro dormiu. Ficamos aleatórios. Mas o lanche chegou e fez valer a espera. Antes, estávamos conversando e rindo. Agora, conversamos, rimos e comemos. A  mesa recebeu histórias de pizzarias, de ex-mulheres e de mães. Coisas que já passaram. Tudo passa e a gente fica. E se ficamos, que estejamos presentes. É um dever. O teatro é a arte da presentificação.


22/02/2017.


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